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Criança fazendo inalação com nebulizador

A eficácia da nebulização com Clenil® A em tosse associada a Rinossinusite

35 minutos

Introdução

As infecções das vias aéreas superiores (IVAS) representam uma das doenças mais prevalentes na população geral.¹ Adultos apresentam incidência anual de 2 a 5 episódios, enquanto crianças em idade escolar podem apresentar entre 7 e 10 episódios.¹ Apesar de as IVAS terem etiologia viral, em sua grande maioria, cerca de 40% dos casos são tratados com antibióticos, o que contribui significativamente para o aumento da resistência bacteriana.¹ ²

As sinusites e rinites são IVAS caracterizadas por processos inflamatórios da mucosa sinusal e nasal que, na população infantil, frequentemente se sobrepõem, impossibilitando a distinção clínica entre essas afecções. Não é incomum denominar esses casos de rinossinusites.³
 
A fisiopatologia da rinossinusite na criança ainda não é totalmente compreendida, depende da formação dos seios nasais, e quase sempre é sequela das IVAS.³ A figura 1 representa o desenvolvimento dos seios nasais.⁴

Conheça mais sobre o médico:

Dra. Fátima Zirn

Pneumologista pediátrica. Especialista em Pneumologia Pediátrica pelo Hospital Menino Jesus e Pós-graduada em Nutrologia pela Boston University School of Medicine.

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Caso Clínico

Paciente de 13 anos de idade, sexo masculino, natural e procedente de São Paulo. Queixa de nariz entupido há aproximadamente 12 dias, com tosse que piora à noite, dor de cabeça e sem febre. A mãe refere que, sempre com a mudança do tempo, o filho tosse e tem coriza, espirros e às vezes febre, e ela procura o pronto atendimento e sempre utiliza antibiótico, xarope e corticoide oral, mas nunca há melhora. O paciente vive cansado e sonolento, coça muito o nariz e está com a vacinação da COVID e da dengue faltando.

  • Antecedentes familiares: pai com rinite alérgica. Habita casa com um pouco de umidade e mofo e tem um gato e dois cachorros. Exame físico: menor ativo, em bom estado geral e eupneico. Rinoscopia mostrou hiperemia da mucosa nasal e edema de cornetos. Otoscopia mostrou hiperemia leve bilateral. Orofaringe com hiperemia da parede posterior com
    secreção mucopurulenta. Demais seguimentos sem alterações.

  • Hipótese diagnóstica: rinossinusite aguda viral prolongada/rinite alérgica.

  • A hipótese diagnóstica de rinossinusite aguda viral prolongada (RSAVP) é baseada na anamnese e exame físico e sem a necessidade de exames complementares inicialmente.¹ ⁸ (Figura 2)

Tratamento

Orientação sobre a higiene ambiental e atualização do calendário vacinal de acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI); se possível, com vacinas existentes na rede privada.

 

Antitérmico, se necessário, para alívio dos sintomas. Limpeza nasal com dispositivo de baixo volume frequente.

O paciente retornou em 15 dias, sendo observada melhora importante dos sintomas de obstrução nasal, cefaleia e tosse, porém com prurido nasal diário. Foi prescrita nesse momento beclometasona spray nasal, dois jatos em cada narina duas vezes ao dia, por 60 dias.
 
Na reavaliação, após 30 dias, ausência de sintomas, calendário vacinal já atualizado e adequação de fatores ambientais.

Discussão

A maioria dos casos de rinossinusite em crianças é viral e autolimitada, não exigindo o uso de antibióticos.¹ Dessa forma, há necessidade de conscientização quanto ao papel dos profissionais de saúde para evitar a utilização de antibióticos quando há uma opção de observação inicial.¹ Essa foi a conduta no caso descrito, e o paciente evoluiu com regressão dos sintomas.

 

A adoção de abordagens terapêuticas baseadas em evidência, como o uso de medidas de suporte e o monitoramento clínico, é eficaz e segura.¹ O paciente apresenta histórico familiar de rinite e tem queixa de sintomas nasais frequente, portanto foi iniciado um tratamento para a rinite, com melhora da qualidade de vida e diminuição da chance de evolução para rinossinusopatia.

 

O uso de dipropionato de beclometasona nebulizável, comercialmente conhecido como Clenil® A, tem sido uma opção terapêutica adjuvante no manejo de rinossinusopatia em crianças, especialmente quando há um componente inflamatório ou alérgico, e é também útil como terapia complementar em pacientes com rinossinusite crônica com ou sem pólipos nasais.⁹ A ação anti-inflamatória local do fármaco ajuda a reduzir o edema da mucosa nasal e dos seios paranasais, melhorando a drenagem do muco e aliviando sintomas como congestão nasal, rinorreia e dor facial.⁵ ⁹ ¹¹ Além disso, a beclometasona nebulizada apresenta menor absorção sistêmica, o que contribui para uma redução importante nos efeitos colaterais comuns aos corticosteroides de uso oral.¹ ⁵ ⁹ 

 

Essa forma inalatória foi particularmente útil no caso, pois a via nasal do paciente estava obstruída para o uso efetivo de spray. Visando à melhora dos sintomas persistentes, o tratamento foi estendido por 15 dias. Esse tratamento teve como objetivo diminuir a progressão da doença, prevenir complicações e evitar o uso indiscriminado de antibióticos.

Referências

Referências bibliográficas: 1. Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervicofacial (ABORL-CCF). Rinossinusites: evidências e experiências. São Paulo: ABORL-CCF, 2024. Disponível em: https://aborlccf.or-g.br/wp-content/uploads/2024/11/ABORL-CCF-Consenso-Rinossinusite-2024-4.pdf. Acesso em: 15 mai. 2025. 2. Dekker AR, Verheij TJ, van der Velden AW. Inappropriate antibiotic prescription for respiratory tract indications: most prominent in adult patients. Fam Pract. 2015 Aug;32(4):401-7. 3. Pignatary SSN, Weckx LLM, Solé D. Rinossinusite na criança. Jornal de Pediatria. 1998;74(1): S31-S36. 4. Yukon-Kuskokwim Health Corporation (YKHC).Clinical Guidelines. Última atualização: 12/12/24. Disponível em: https://yk-health.org/images/f/f0/Clinical_Resource_Book.pdf. Acesso em: 15 mai. 2025. 5. Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Associação Brasileirade Alergia e Imunopatologia. Rinossinusite aguda bacteriana: tratamento. Elaboração final em 30 jan. 2012. Disponível em: https://amb.org.br/files/_BibliotecaAntiga/rinossinusite_aguda_bacteriana_tratamento.pdf. Acessoem: 19 mai. 2025. 6. Bezerra ALA, Bezerra AJA, Bezerra APA, Sousa MNA. Tratamento clínico da rinossinusite: revisão integrativa. Braz J Health Rev. 2021;4(6):25098-111. 7. Ferreira JA, Knupp LVG, Gomes DR, Souza TMO, Mattos MP. Qualidade de vida e do sono em pacientes com rinite no Oeste da Bahia. Rev Ciênc Méd Biol. 2021;20(4):575-80. 8. Stanford Medicine Children’s Health. Sinusitis in children. Disponível em: https://www.stanford-childrens.org/en/topic/default?id=sinusitis-in-children-90-P02063. Acesso em: 19 mai. 2025. 9. Bula de Clenil® A. Data de publicação: 05/09/2024. Disponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?nomeProduto=- clenil. Acesso em: 19 mai. 2025. 10. Ibiapina Cda C, Sarinho ES, da Cruz Filho AA, Camargos PA. Rhinitis, sinusitis and asthma: hard to dissociate? J Bras Pneumol. 2006 Jul-Aug;32(4):357-66. 11. DeMuri G, Wald ER. Acutebacterial sinusitis in children. Pediatr Rev. 2013 Oct;34(10):429-37.

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